Realmente triste pra falar qualquer coisa, permito-me deixar essas palavras do Jornalista Antonio Luiz Schiavo Jr do portal UOL:
Um certo Alencar
Assim como o crítico, dramaturgo e romancista José de Alencar (1829-1877), autor de preciosidades, como Iracema, Tronco de Ipê, Senhora, O Guarani, entre tantas obras que escreveu, semeando e disseminando cultura entre o povo brasileiro, nosso brilhante empresário José Alencar e ex vice presidente da República deixa um legado de conquistas, superações, humildade, resignação e exemplo de vida.
A partida prematura, aos 79 anos, esta semana, vitimado pelo câncer, um dos males da humanidade, choca milhões de admiradores. Pessoas comuns como eu (não petista) que já não acreditava na política e seus protagonistas, mas que ao vê-lo em ação voltou a ter esperanças no amanhã, no futuro das gerações que se formarão.
Nos últimos cinco anos, período em que se submeteu a 17 cirurgias, José Alencar demonstrou com seu caráter que é possível lutar e vencer: "Enquanto há vida há esperança, partirei quando Deus me chamar", dizia. Em recente entrevista coletiva à imprensa, perguntado sobre a doença e os prognósticos ruins, ele citou com seu olhar tranquilo e voz segura: "Não temo a morte, temo apenas a desonra".
No governo Lula ele foi o contraponto. Foi Lula mesmo que declarou que na época da eleição tinha cerca de 30% e que precisa de alguém de muita credibilidade e peso político entre o empresariado para ganhar a eleição. E foi no mineiro José Alencar que ele encontrou o apoio para sua vitória e até a reeleição.
José Alencar deixa o exemplo que os brasileiros tanto esperaram em vão de milhares de políticos que povoaram gabinetes por este país gigante de norte a sul. O exemplo da dignidade, da honradez e, principalmente, da humildade, tão incomum em quem faz parte do "puder".
A pergunta e a dúvida que ficam: se outro Alencar surgirá? O nome é bom. O primeiro, poeta e romancista têm o nome perpetuado por quase dois séculos. Nosso Alencar contemporâneo certamente já escreveu o nome na História. Resta saber se outros "alencares" virão. É que o povo brasileiro sentiu o doce gosto do bem e certamente não tolerará o contrário sob nossas cabeças. E agora Alencar?
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