quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eu só não quero ser comum....



  Nestes dias eu conversava com uma amiga sobre alguns questionamentos que eu faço a mim e à sociedade, então ela me disse: "Michelle, você é louca!". Segundos depois respondi no impulso: "Não sou louca, só não nasci pra ser comum!" Dias e dias após esta afirmativa, fiquei me questionando sobre isso: "por que ser diferente?", "por que eu sou assim?", "quem me fez pensar assim?".... Fui surpreendida nesta manhã com uma cena que vivi quando tinha no maximo uns 8 anos: Lembro-me da professora da escola biblica explicando-nos sobre alguma passagem biblica e meus amiguinhos todos boqueabertos com aquilo. Aí ela nos dizia: Vocês devem repassar isso a todos que virem! Enquanto uns acentiam, eu sequer demonstrava alguma reação positiva. A unica coisa que me lembro foi que eu pensava: "É melhor eu pesquisar isso direito... Vai que ela está falando uma mentira e eu passo a maior vergonha de falar sem saber".... Kkkk... caí na risada!!!! Gente, como assim que eu pensava nisso quando criança? Aí as recordações foram vindo e me lembrei de um epísodio na primeira serie em que professora nos pedia para completar as palavras iniciadas em "H"... Como eu me sentia tremendamente desafiada pela inteligencia da "tia" que sabia todas as palavras do mundo!!! Meu sentimento era sempre de "ler para aprender e ser inteligente assim tambem"... huhuhu... Tudo bem que eu acho que ainda não consegui, mas tambem nao desisto, afinal sou brasileira e Cristã.....
Enfim, agora diante do meu novo caminhar estou aprendendo a controlar minha ansiedade.... Mas percebi que este anseio pelo novo não é de todo ruim, só precisa ser bem administrado.
Estou lendo um livro espetacular de Luigi Giussani chamado "O Senso Religioso", e uma das citações que ele fez mudou completamente meu olhar e tem muito haver com esses anseios perpétuos da vida.


Compatilho abaixo:


" O tédio é, certos respeitos, o mais sublime dos sentimentos humanos. Não que eu creia que ao examinar-se tal sentimento surjam as conseguencias que muitos filósofos estimaram distinguir-lhe, mas o fato de não se satisfazer de nenhuma coisa terrena, nem, por assim dizer, da Terra inteira; de considerar a amplitude inestimável do espaço, o número e a imponência maravilhosa dos mundos e descobrir como tudo é mísero e pequeno diante de nossa alma; de imaginar infinita a quantidade de mundos, o universo infinito, e sentir que nossa alma e o nosso desejo são ainda mais vastos que tal universo; de acusar continuamente as coisas de insuficiência e nulidade e padecer angústia e vazio e, portanto, tédio, parecem-me o maior sinal da magnitude e da nobreza da condição humana" Leopardi, G., "Pensamentos" LXVIII, in: Poesia e Prosa, op. cit., p.497




Pense nisso.... eu tenho pensado! 



Um comentário:

  1. Oi Michis, que texto interessante... Confesso que nunca quis ser diferente, nem nunca pensei especificamente sobre isso... Talvez seja o que de vez em quando eu me deparo com. Um sentir diferente, de sofrer mais por algumas coisas, mais do que é comum, mais do que até mesmo eu gostaria. Uma insatisfação que nem eu mesma sei dizer de onde vem nem com o quê..

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